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EDP mar 2018

Os trabalhadores da EDP não devem ficar calados perante a falta de respeito que esta administração mostra por eles, pelo seu trabalho e pelo lucro que criam, apela a Fiequimetal, num comunicado em que questiona o que justificará adoptar uma estratégia semelhante àquela que destruiu a Portugal Telecom.

«A administração da EDP tira aos trabalhadores para dar aos accionistas», destaca o Secretariado da Direcção Nacional da federação, a propósito da recente apresentação dos resultados de 2018 da EDP. Tanto estes resultados, como o plano estratégico da administração para o período 2019-2022 só podem gerar mais indignação aos trabalhadores.

 

A famigerada redução de lucros, de que a administração se serve para justificar propostas de aumentos salariais muito abaixo do aceitável, já havia sido anunciada no ano passado.

O resultado líquido em 2018 (1113 milhões de euros) foi obtido à custa da alienação de activos (distribuição de gás em Espanha, centrais mini-hídricas e de biomassa), mas desde 2012 a EDP já vendeu 3,1 mil milhões de activos. Isto permitiu manter os lucros numa fasquia superior aos mil milhões de euros. Mas não teve efeito na situação dos trabalhadores.

Se é verdade que se foram os anéis, não é menos verdade que no universo EDP sobram os dedos. E as expectativas da administração são de regresso aos lucros acima dos mil milhões, nem que para isso tenha de vender também os «dedos».

É isso que a administração agora propõe, ao pretender vender toda a produção térmica na Península Ibérica, reduzindo o parque de produção da EDP em cerca de 20 por cento. Admite ainda que possam ser alienadas mais algumas centrais hídricas que estejam no regime livre.

A Fiequimetal pergunta:

1. O que vai acontecer aos trabalhadores dos activos que forem alienados? Como ficam os seus direitos?
2. Como é que uma empresa que teve uma redução dos lucros para 519 milhões de euros se propõe pagar aos accionistas mais de 694 milhões?
3. Por que razão se mantém a distribuição de lucros a um nível fora do razoável, mas não se discute um aumento digno de salário para os trabalhadores?
4. O que leva a administração a adoptar uma estratégia semelhante àquela que destruiu a Portugal Telecom?
Porque quem cala consente, a resposta dos trabalhadores deve ser firme. «Juntos, devemos defender os nossos salários, os nossos direitos, o património e a riqueza que ajudamos a criar», apela o Secretariado da DN da Fiequimetal, num comunicado em distribuição nos locais de trabalho das empresas do Grupo EDP desde sexta-feira.